Revisão Bibliográfica - DAC

Alterações do microclima da superfície cutânea e da função de barreira cutânea fazem com que microrganismos penetrem na pele de cães atópicos e se tornem organismos patológicos, desencadeando infecções secundárias como piodermites, quando há proliferação por bactérias, como staphylococcus epidermitis, ou fúngicas como a dermatite por Malassezia. Normalmente em cães atópicos essas infecções podem se tornar recorrentes e de difícil tratamento. Medidas profiláticas devem ser tomadas de forma a garantir a manutenção da função de proteção da pele desses animais e melhor controle da dermatite atópica.

staphylococcus pseudepidermitis
staphylococcus pseudepidermitis

Quais são os mecanismos etiopatogênicos?

O excesso de citocinas Th2 observados na dermatite atópica conduz a uma subexpressão de genes responsáveis pela formação de peptídeos antimicrobianos na pele, como as defensinas e catelecidinas, fazendo com que pacientes atópicos apresentem uma maior colonização e uma tendência a infecção induzida por bactérias e fungos, sendo grandes responsáveis pela indução, exacerbação e manutenção da dermatite atópica em cães. (Farias, 2007)

Em cães atópios, um aumento da aderência do Staphylococcus pseudintermedius aos queratinócitos e de sua capacidade de colonização da pele tem sido demonstrado levando a quadros de piodermites recorrentes. Devido a alta exposição da pele a supercrescimento bacteriano ("bacterial overgrowth"), as toxinas produzidas pelas bactérias são reconhecidas como "superantígenos". Essas toxinas penetram na pele e induzem uma resposta inflamatória pela ativação de receptores de superfície dos linfócitos T e posterior formação de IgE alérgeno-específico.

Os superantígenos ativam as células de Langerhans tegumentares e a produção de IL-1, TNF e IL-2, as quais aumentam a recirculação de células T efetoras, células B e células de memória na pele, conduzindo à amplificação da resposta imunológica, à eczematização e à exacerbação do prurido.

A inversão do perfil de resposta imunológica Th2 para Th1 durante a fase crônica da dermatite atópica tem sido associada à infecção bacteriana tegumentar, o que conduz a infiltração de macrófagos e eosinófilos na pele atópica, a sua liquenificação e à diminuição da resposta a corticosteroides (Farias, 2007).

Além do supercresimento, as bactérias tem se tornado resistentes frente ao uso exacerbado de antibióticos para tratamento de dermatites principalmente em cães com infecções recorrentes. Essas bacterias são conhecidas como Staphylococcus pseudintermedius resistentes à meticilina (MRSP), já que ocorre uma resistência da bactéria à drogas betalactâmicas, frequentemente utilizadas nas piodermites impiricamente limitando as opções terapêuticas de antimicrobianos orais. Geralmente, a MRSP está associada a casos alérgicos crônicos e exposicão frequente prolongada e repetitiva a agentes antimicrobianos. Medidas de tratamento tópico com xampus, cremes, sprays, loções tem sido utilizada muitas vezes de forma única e principal, e o componente utilizado geralmente é baseado em exames de cultura e antibiograma.

DermaPET 2018
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora