Alopecias não inflamatórias

A alopecia, considerada uma lesão primária ou secundária, pode ser definida como uma perda de pêlo variando de parcial a total. Pode-se classificar em focal ou generalizada, difusa ou completa, simétrica ou assimétrica, prurítica ou não pruriginosa e adquirida, hereditária ou congênita. Dentre as alopecias não inflamatórias primárias destacamos as alopecias foliculares, as endócrinas e as de carater genético (verdadeiras).

Displasias Foliculares

As displasias foliculares são alterações genéticas de má formação do folículo piloso levando à pêlos displásicos. Esta alteração pode estar ligado a cor ou não ligado a cor. Alguns cães de pelagem preta ou cinza podem com o passar da idade sofrer uma queda sem repilação. As raças mais comuns são o Doberman, york shire e pinscher, os quais sofrem um processo de diluição de cor nos seus pêlos principalmente os de cor acinzentado. Quando a displasia não está ligada a cor, os folículos passam por um processo de "dormência folicular" e isso ocorre em alguns animais que são tosados, como o Chow Chow. Também conhecida como alopecia pós-tosa.

Não há prurido, inflamação ou dermatites e normalmente existe influência do fotoperíodo em alguns casos de displaisia, como a displasia sazonal do flanco em caes como boxer, schinauzer e bulldog.

As fases de crescimento folicular são divididas em fase anagênica, onde há crescimento folicular, fase catâgenica, onde o folículo se mantém em repouso, e fase telogênica onde ocorre a queda do folículo (pêlo morto).  Alguns animais podem aprensentar somente algum desses estágios ou não apresetar algum deles. Podemos observar essa alteração na displasia folicular congênita verdadeira do pinscher, chiuaua, doberman, husky e malamute. Porém nesses casos a terapia sistêmica não terá eficácia. Alguns casos onde a pelagem se torna mais ressecada se faz necessário terapia tópica com hidratantes para evitar possiveis descamações, foliculites e outras alterações devido a exposição da pele e do pêlo desses animais.

Sorbre o Diagnóstico e Tratamento

A melanina responsável pela coloração dos pêlos não se distribui de forma homogenea no folículo piloso, quando feito a análise pelo exame de tricograma, é observado um acumúlo de melanossomas (macromelanossomas) nos melanócitos e insuficiente distribuição transferência de melanina para os queratonócitos adjacentes.  Assim conseguimos diferenciar um tricograma normal onde a melanina é distruibida por todo folículo e nos casos da displasia onde isso não acontece. A biopsia também pode ser realizada como diagnóstico final.

O tratamento das displasia consiste em terapias sistêmicas e/ou topicas de acordo com a avaliação física e clínica e exames dermatológicos pelo profissional especialista, excluindo possíveis dermatopatias que podem ser assemelhar com as aloecias não inflamatórias.

Alopecia X


Alopecia X é uma condição rara em cães que pode ser devido a alteração no local do receptor folicular, hiperadrenocorticismo, deficiência de hormônio de crescimento, desequilíbrio hormonal adrenal de sexo ou produção excessiva de esteroides androgênicos.

Normalmente ocorre em cães entre 2 e 5 anos de idade e ocorre em chow chows, pomeranos, keeshonds, samoiedas, malamutes do alasca, huskies siberianos e poodles miniatura.

A alopecia é vista a partir do pescoço, cauda, dorso, períneo e coxas caudais. A alopécia se torna generalizada sobre o tronco, mas a cabeça e os membros dianteiros são poupados. A perda dos pêlos é bilateralmente simétrica e o restante depilar os pelos facilmente. A pele alopécica pode se tornar hiperpigmentadas, fina e hipotônica, com ou sem seborréia secundária e piodermite superficial.

A pele, exposta aos raios UV, adquire coloração escura em muitos exemplares (daí o nome Black Skin Disease) e é caracteristicamente distrófica apresentando-se ressecada, fina, com aparência de pergaminho, principalmente na região do abdomen, enquanto muitas vezes fica oleosa e mais grossa no dorso. Apesar da semelhança com estádios avançados do Hiperadrenocorticismo, a Alopecia X não apresenta outras manifestações clínicas além da alopecia em si, sendo portanto um problema com consequências dermatológicas e não sistêmicas.

O diagnóstico é através da avaliacao dermatohistopatológica  e teste de estimulação com ACTH. Uma variedade de terapias médicas estão disponíveis para estimular o crescimento dos pêlos. A castração cães intactos pode induzir o repilamento folicular e é a unica forma mais eficaz de tratamento para a alopecia X. Alguns casos é asscociada medicação sistêmica de acordo com a indicação do dermatologista.

É fundamental descartar outros problemas dermatológicos como foliculites parasitárias e dermatopatias hormonais como o hipotireoidismo, que pode ter manifestações dermatológicas semelhantes.

Outras dermatopatias não inflamatórias que também são raras é a alopecia areata e o vitiligo.

A alopecia areata é o resultado da resposta de imune celular e humoral contra antígenos do folículo piloso. É um ocorrência espontânea, não pruriginosa de condição focal para multifocal.

Essa alteração auto imune provoca a formação de anticorpos contra uma porção especifica do folículo piloso responsável pelo crescimento do pelo, o bulbo. O folículo é divido em três partes, a porção bulbar, porcão istmal e infundibular.

As áreas desiguais de alopecia podem dar ao dorso uma aparência de "traça" comida ou "caminho de rato". Hiperpigmentação (melanoderma) pode desenvolver na pele alopécica. Em cães com pelagem coloridas a alopecia primeiramente pode ocorrer nas áreas pigmentadas. As lesões ocorrem mais comumente na cabeça, pescoço e pernas. Lesões faciais geralmente são bilateralmente simétricas.

A doença embora rara pode acometer algumas raças como labrador, pastor alemão, beagle, setter irlandês, o próprio SRD e principalmente os dachshunds.

A alopécia areata é diagnosticada através da dermatohistopatologia. Não há nenhum tratamento específico e a repilação dos pêlos espontânea pode ser vista em alguns casos. Os pêlos repilados podem ser permanentemente brancos (leucotriquia).

Geralmente no tricograma os folículos observados não se apresentam nas fases anagênicas (fase de crescimento folicular) e telogênica (queda do folículo). Permanecendo em fase de repouso ou transição (catagénica).

O diagnóstico diferencial deve ser feito para displasias foliculares e para dermatopatias parasitárias, infecciosas, como piodermites secundárias a demodiciose ou dermatofitoses. O diagnóstico final é confirmado através da avaliação histopatológica das regiões de hipotricose.

Tratamento da alopecia areata é feito através de medicações imunossupressoras de acordo com a avaliação do veterinário especialista.

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