Malasseziose de repetição em cães com dermatite atópica

malassezia pachydermatis
malassezia pachydermatis
Disqueratose
Disqueratose
Micose por M. furfur
Micose por M. furfur
Espongiose (centro) e hiperqueratose ortoqueratótica com paraqueratose focal
Espongiose (centro) e hiperqueratose ortoqueratótica com paraqueratose focal

A Malassezia é uma levedura comensal da microflora cutânea comum nos animais domésticos. O tipo de malassezia mais comum encontrada na pele dos animais é classificada como uma levedura lipofílica não dependente, ou seja, não se alimenta exclusivamente de Ácidos graxos e lipídeos.

É encontrada em áreas úmidas da pele e locais de dobras cutâneas, como condutos auditivos, região perilabial, axilas, virilhas, região perianal ou vulvar e espaço intedigital. Normalmente se pensa em pele grossa e hiperpigmentada quando se fala em malasseziose, porém as leveduras podem ser encontradas em lesões de cães com dermatite atópica onde a pele é mais seca e delgada.

Mudanças particulares como alta umidade, rompimento da barreira epidérmica e alterações da qualidade do sebo, aumento da oleosidade e debris celulares permitem à levedura proliferar e tornar-se um patógeno oportunista raro ao invés de um organismo comensal (Mason, et al, 1992).

A colonização da pele de cães atópicos por leveduras do gênero Malassezia pachydermatis tem sido descrita por muitos autores principalmente em pacientes que apresentam  e distúrbios seborreicos e de queratinização.

A malasseziose é uma doença inflamatória geralmente associada a uma causa de base, e ela pode estar relacionada com outras dermatoses, especialmente distúrbios de hipersensibilidade, parasitoses, piodermas bacterianos, endocrinopatias ou defeitos de queratinização.

Varias raças, incluindo o West Highland White Terrier, Poodle, Basset Hounds, Spaniel, Maltês Terrier, Dachshund, Shar Pei, Shih Tzu, Beagle, Setter Inglês, Shepherd Alemão, parecem ser predispostas a infecções secundárias por Malassezia (NETT e al, 2001).

Em humanos, a Malassezia furfur é a levedura mais comum, sendo encontrada na pele de adolescentes e adultos jovens, onde pode causar dermatoses inflamatórias e seborreicas como a psoríase vesicolor e dermatite seborreica (NUTTALL et al, 2001).

A dermatite por Malassezia acomete cães de qualquer idade, sexo e raça, mas é mais diagnosticada em cães com idade entre 1 e 3 anos. Sendo mais frequente no verão e meses mais úmidos do ano (CHEN e HILL, 2005).

As lesões de pele podem ser localizadas ou generalizadas. São caracterizadas por eritema, alopecia, exsudação oleosa e vários graus de descamação. Casos crônicos podem ser marcados pela hiperpigmentação e liquenificação da pele, associados a escamas ou seborreia oleosa, geralmente em áreas intertriginosas. O prurido pode variar de moderado a extremamente intenso. Cães que apresentam lesões generalizadas normalmente possuem um odor desagradável de "ranso". Paroníquia por Malassezia pode ocorrer com ou sem lesões generalizadas. Nesses casos surgem marcas marrom-avermelhadas nas unhas ou nos pêlos, com presença de inflamação do tecido adjacente. Em alguns casos, áreas localizadas com Malassezia podem apresentar lambedura persistente pelo animal (CHEN e HILL, 2005).

As características histológicas da malasseziose incluem frequentemente, hiperqueratose paraqueratótica moderada à severa, hiperplasia irregular da epiderme e infundíbulo folicular, espongiose difusa e exocitose linfocítica (NETT et al., 2001).


Hiperqueratose e hiperplasia epidermal irregular
Hiperqueratose e hiperplasia epidermal irregular
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